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quarta-feira, 6 de julho de 2011

Brasil tem hoje 3,1 milhões de domicílios em assentamentos


Crescimento desordenado de habitações irregulares em áreas de risco e falta de informação das populações locais são as maiores causas da perda de vidas em eventos climáticos. Durante audiência pública realizada pela Comissão Especial de Catástrofes Climáticas, nesta terça-feira (5), especialistas levaram proposta de realocação da população e apresentaram cartilha com instruções às comunidades. De acordo com a representante da Secretaria Nacional de Habitação do Ministério das Cidades, Mirna Belmiro, o Brasil tem hoje 3,1 milhões de domicílios em assentamentos precários e pode chegar a 21,3 milhões até 2023.

Na tentativa de sanar o problema, a Secretaria, por meio do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), está construindo moradias populares para realocar comunidades em risco. Segundo Mirna, o PAC+ investiu R$ 23,4 bilhões beneficiando, nos últimos anos, 1,6 milhões de famílias. A previsão é que no PAC 2 sejam investidos mais R$ 30,5 bilhões. “Além de viabilizar moradia com infraestrutura e saneamento básico, temos o objetivo de criar uma cultura de valorização social dentro das comunidades para conservarem o bem adquirido.”

Segundo o especialista do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Cássio Roberto da Silva, o trabalho da Secretaria, aliado ao mapeamento das regiões de risco em desastres, realizado pela CPRM, pode ser positivo. “A partir do mapeamento podemos ajudar na classificação de áreas com maior suscetibilidade de deslizamento”. Para Silva, treinar a população em caso de desastres também é um caminho para diminuir o número de mortes. Nesse sentido, a CPRM lançou a Cartilha Comunidade Mais Segura. Com o objetivo de transmitir conhecimentos básicos sobre desastres naturais, a publicação é direcionada a estudantes e moradores de comunidades e assentamentos precários.

Para o relator da Comissão, deputado federal Glauber Braga (PSB-RJ), agentes comunitários de saúde podem ajudar na distribuição das cartilhas. De acordo com ele, o governo do Rio de Janeiro já utiliza o serviço desses profissionais para dialogar com as populações locais. “Capacitar agentes de saúde em agentes de defesa civil é uma iniciativa positiva na tentativa de criar uma cultura de prevenção nas comunidades”. Para o parlamentar, é necessário também criar áreas socialmente inclusivas e ao mesmo tempo seguras nos programas de habitação do Governo Federal, além de investir em equipamentos de monitoramento climático.

Coordenador Geral do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), o especialista Osvaldo Morais também defende o investimento em novos aparelhos. “Radares para fazer a previsão de chuvas por segundo e satélites modernos para calcular se a intensidade de chuvas vai causar deslizamentos, são essenciais”. Para Moraes é preciso fortalecer os sistemas estaduais de meteorologia. “Precisamos transformar as informações recebidas nos centros em dados úteis para a ação dos gestores públicos locais”, finaliza.

Fonte: www.glauberbraga.com.br